Atualmente em nossa sociedade industrializada, democrática e
científica, o teísmo a cada dia deixa mais de fazer sentido lógico para um
número cada vez maior de pessoas e conseqüentemente está em vias de
dissolver-se, ao passo que nossa cultura está caminhando a passos largos para
um ateísmo de massa impulsionado pelo materialismo existencialista. Aonde foi
parar o deísmo como uma opção a ser considerada por estes que migram da crença
teísta diretamente para a crença ateísta desacreditados que estão em tudo o que
se tornou para estes mera crença ou mito? Sim, pois o ateísmo pode ser visto
também como uma crença, anárquica e muito
simples do tipo: Deus não existe (reação à ideia religiosa de Deus), não existe espírito no homem (é só a mente que cria o "eu") e não existe nada
metafísico transcendente além do físico. Se o teísmo oferece respostas afirmativas a respeito da existência de Deus que não podem ser comprovadas, o ateísmo igualmente oferece uma resposta negativa que também não pode ser provada, são extremos opostos da crença assim como 0° e 100° são extremos opostos de um termômetro. É verdade que a forma de crer em Deus proposta pelo teísmo de fato não resiste à lógica das questões colocadas pelo ateísmo no que se refere ao Deus antropomórfico ou à um Deus que certas horas salva alguém do mal e noutras deixa desgraças acontecerem, um Deus que prefere pessoas por sua religião, que parece gostar de ser adorado e com o qual seus súditos tem o hábito de fazer barganhas, mas o deísmo como foi colocado no Manifesto Deísta não é controverso e dependente de crenças dogmáticas que são inconciliáveis com a mentalidade e pesquisa científica como é o teísmo. Um novo deísmo mais vivencial pode construir o
“caminho do meio”, nem religião e nem ateísmo, tão somente um olhar metafísico,
transcendente, aliado à razão, sobre tudo aquilo que já passamos e aonde
pretendemos chegar com a nossa caminhada como criaturas que chegaram a
conclusão de que não são apenas materiais, mas dotadas de algo que nos torna
mais elevados do que a simples materialidade que usufrui qualquer animal,
vegetal ou mineral, algo que está no âmago do inexplicável que faz sentirmo-nos
parte do Universo e termos consciência de alguma forma maior do que simplesmente estar aqui e agora “materialmente”
somente para viver passageiramente.
O deísmo, segundo o dicionário, é uma postura filosófica que
admite a existência de Deus, mas não aceita o dogma da revelação divina, das
verdades revelas das religiões. Em nossa sociedade cada vez mais pessoas
declaram-se espiritualistas sem religião, não sabendo sequer aonde se inserirem
nas pesquisas em que são questionadas a este respeito já que tampouco se
consideram ateias, e acabam na lista dos “agnósticos”, deixando margem para nos
perguntarmos se o deísmo justamente não é a proposta que necessita ser
conhecida por estas pessoas, tratando especificamente daquelas que se sentem
frustradas com os sistemas religiosos, mas que sentem a necessidade de cultivar
de alguma forma sua espiritualidade, porém sem necessidade de intermediários,
sem avatares ou cultos e práticas religiosas com base em crenças consagradas
como verdades. Mas para isto o deísmo teria que ter uma proposta mais pragmática
e objetiva para poder auxiliar como uma visão filosófico-espiritualista
norteadora para a vida do dia a dia, e isto cria a necessidade de um novo
deísmo, um caminho que continue livre de verdades reveladas, dogmatismos e
superstições tal como é a proposta original do deísmo, existem muitas formas de se deísta por ser esta uma filosofia livre, mas para glutinar pessoas e gerar um verdadeiro movimento deísta facilita muito um caminho
sinalizado com clareza que possa ser levado tanto à experiência pessoal como
para a experiência social, este deve ser o neodeísmo como proposto aqui, que não supera ou sobrepõe (o que seria uma pretensão ridícula) o deísmo em si, apenas converge pessoas de posturas afins.
Uma das fortes críticas feitas ao teísmo desde o fim da
idade média e da conquista pela liberdade de pensar, aonde deixou de ser
proibido questionar os dogmas (o que era punido com a morte na inquisição) e
que acaba levando muitas pessoas a optarem pelo ateísmo, é o polêmico
questionamento amplamente debatido e que segue aos dias atuais de que, se
existe um Deus que é Amor e Providência, como este permite então a presença do
mal, da dor e do sofrimento no mundo? Para muitos críticos das religiões a
religião seria tão somente um consolo, prometendo que ao ser que havendo suportado
o mal sofrido receberá o ansiado prêmio da felicidade eterna em um mundo
hipotético ultraterreno. Assim, acreditar na existência de Deus não seria mais
do que um placebo para remediar o
sofrimento humano.
Mas afirmar que o mal presente no mundo é absurdo não
significa que o mal não possa ser explicável, não é prova da inexistência de
Deus ou de contradição em um Universo concebido por uma Inteligência Magna,
pois a existência do mal não significa que ele não possa ser efeito de uma
causa, e que a relação Causa e Efeito pode ser determinação de uma Lei justa e
inexorável. Esta é uma das respostas que o deísmo pretendia alcançar, mas que
foi sufocada no berço pela força das Igrejas no mundo ocidental em sua época, não
admitindo um novo entendimento acerca de Deus e de sua presença no Universo e
na vida do homem.
Para o deísmo Deus não é um ser antropomórfico (forma de homem), não interfere “pessoalmente” na vida do homem e da humanidade, é a Força que criou o Universo, a Criação, porém o deísmo está muito esquecido, e até manchado e difamado como um tipo de ateísmo velado, isto por ter sido acusado de um lado por parte dos teístas, que acusaram o deísmo de haver proposto uma concepção de Deus como um Criador que fez sua Obra e depois se afastou dela deixando esta entregue a si mesma para sua evolução, e de outro lado por parte dos ateístas, que acusaram o deísmo de ao crer no Universo como Obra de uma Inteligência Superior porém que esta Obra não seria perfeita tomando por base a existência do mal, assim este Deus seria imperfeito e falho, sendo mais provável que simplesmente não existisse. Para rejeitar esta acusação contra o deísmo, faz-se necessário buscar respostas, ou mesmo até propor uma nova postura deísta, que tenha princípios lógicos simples porém fundamentais para poder voltar a convergir deístas afins que possam fazer voz, fomentar um novo constructo deísta e oferecer respostas a questões como estas, aonde por exemplo buscando-se o sincretismo com teorias e obras filosóficas modernas, desde a Teoria da Evolução de Darwin até a física quântica atual, podemos conceber Deus num olhar deísta como algo que se faz sim presente, mas enquanto Suprema Inteligência transmutada em verdadeiras Leis Naturais e Eternas que regem esta Criação, a exemplo da Evolução, Equilíbrio e Causa e Efeito, que são Leis por atuarem inexoravelmente, tanto aplicáveis na matéria como na própria vida do homem, portanto assim temos uma Inteligência presente no Universo porém transmutada em Leis justas e inexoráveis, e não ausente, cabendo ao homem saber conduzir-se e ser responsável como parte da Criação, sendo que para exercer esta responsabilidade e manter-se em acordo com as ditas Leis que deve perscrutar e compreender, cabe o uso da razão e da sensibilidade concomitantes, da capacidade de observar e de aprender, ferramentas presentes no homem como parte de sua constituição, e não através da simples ingenuidade ou da crença cega como meio de ser digno, aonde não cabe então a crença em salvação por mera prática religiosa ou por proteção divina em estar alinhado a este ou aquele grupo religioso.
Para o deísmo Deus não é um ser antropomórfico (forma de homem), não interfere “pessoalmente” na vida do homem e da humanidade, é a Força que criou o Universo, a Criação, porém o deísmo está muito esquecido, e até manchado e difamado como um tipo de ateísmo velado, isto por ter sido acusado de um lado por parte dos teístas, que acusaram o deísmo de haver proposto uma concepção de Deus como um Criador que fez sua Obra e depois se afastou dela deixando esta entregue a si mesma para sua evolução, e de outro lado por parte dos ateístas, que acusaram o deísmo de ao crer no Universo como Obra de uma Inteligência Superior porém que esta Obra não seria perfeita tomando por base a existência do mal, assim este Deus seria imperfeito e falho, sendo mais provável que simplesmente não existisse. Para rejeitar esta acusação contra o deísmo, faz-se necessário buscar respostas, ou mesmo até propor uma nova postura deísta, que tenha princípios lógicos simples porém fundamentais para poder voltar a convergir deístas afins que possam fazer voz, fomentar um novo constructo deísta e oferecer respostas a questões como estas, aonde por exemplo buscando-se o sincretismo com teorias e obras filosóficas modernas, desde a Teoria da Evolução de Darwin até a física quântica atual, podemos conceber Deus num olhar deísta como algo que se faz sim presente, mas enquanto Suprema Inteligência transmutada em verdadeiras Leis Naturais e Eternas que regem esta Criação, a exemplo da Evolução, Equilíbrio e Causa e Efeito, que são Leis por atuarem inexoravelmente, tanto aplicáveis na matéria como na própria vida do homem, portanto assim temos uma Inteligência presente no Universo porém transmutada em Leis justas e inexoráveis, e não ausente, cabendo ao homem saber conduzir-se e ser responsável como parte da Criação, sendo que para exercer esta responsabilidade e manter-se em acordo com as ditas Leis que deve perscrutar e compreender, cabe o uso da razão e da sensibilidade concomitantes, da capacidade de observar e de aprender, ferramentas presentes no homem como parte de sua constituição, e não através da simples ingenuidade ou da crença cega como meio de ser digno, aonde não cabe então a crença em salvação por mera prática religiosa ou por proteção divina em estar alinhado a este ou aquele grupo religioso.
Mesmo o mal é efeito de uma causa, que pode ser individual
ou coletiva, sendo que ainda assim ele se enquadra nas Leis que regem o
Universo, não é uma contradição; as doenças têm uma causa, uma bala perdida tem
uma causa, Auschwitz teve uma causa, e mesmo um terremoto ou tsunami tem causas
da natureza, somos autores do bem e do mal e mesmo frente à dor e ao mal que
imputamos à natureza, estamos inseridos e sujeitos inexoravelmente a um sistema
complexo aonde a causa e efeito, o equilíbrio, a evolução, e muitas outras Leis Naturais e Eternas atuam. Para o
deísmo, ao menos dentro da proposta de um novo deísmo mais pragmático e
vivencial, Deus não pode ser considerado inexistente ou indiferente por existir
o mal, como já foi dito Ele é a Inteligência Criadora transmutada em Leis Naturais
e Eternas que regem sua Obra, tal como a de causa
e efeito que foi citada, e se houver uma causa que se projete para aquilo
que chamamos de mal, ele irá acontecer como efeito inexoravelmente. Mas esta
visão requer ampliar nosso conceito de forma holística e não ver Deus como um
personagem que manipula fatos, aonde o mal seria como algo que rondando o mundo
podendo cair repentinamente sobre os homens como numa loteria de azar, e que
este Deus poderia fazer alguma coisa contrária intervindo pontualmente, por
vezes até infringindo o que seriam suas próprias leis naturais.
Um novo deísmo deve
propor mais estudo e diálogo sobre questões como esta e outras, mas deve ter uma
proposta mais pragmática para permitir aglutinar pessoas afins com o objetivo
de cultivar sua espiritualidade da forma como já foi mencionado, sem cultos,
sem práticas religiosas, sem mitos ou superstições, mantendo suas bases,
mantendo o cientificismo, mas permitindo a associação de pessoas afins. Hoje
este tipo de deísta ironicamente constitui o novo povo errante, sem uma “terra”
que possa construir sobre. Aqui esta a proposta base deste blog, um ponto de
partida para talvez estimular deístas que pensem de formas afins a juntarem-se
em associações organizadas e talvez ao menos difundir mais e defender a postura
deísta em um mundo cada vez mais esclarecido pela Ciência. Porque não pensar em Associações deístas sem fins lucrativos onde seus integrantes estudem em grupo sobre temas de interesse para sua evolução pessoal na busca por serem cada vez melhores, mais capacitados na construção de uma sociedade melhor, mais justa e mais fraterna, na busca da felicidade e da prática do bem? E por que não pensar em pessoas capacitando-se nestes grupos para por exemplo dar palestras sobre deísmo, sobre este neodeísmo? Isto poderia fazer florescer mais associações, benéficas aos seus membros e úteis à sociedade, com uma base de reconhecimento mútuo, ideais afins e pontos basilares de filosofia em seus fundamentos."Toda caminhada começa com o primeiro passo".